Ontem estávamos no show do Jota Quest, um ótimo show e que não foi
melancólico como alguns previram que seria. O ponto alto foi sem a menor dúvida
ou engano Quero um amor maior, Amor
maior que eu, todos levantaram as mãos como que em oração pedindo a deus que
essa canção, a menos um dia, fosse uma verdade absoluta. Um silogismo puro sem
qualquer possibilidade de engano ou erro.
Essa busca pelo amor maior me inquietou. Alguns podem dizer que foram as
doses de vodka, juro que as duas coisas me deixaram inquietos. Como medir qual
amor é maior ou menor? Como vasculhar dentro de sentimentos tão subjetivos uma
verdade material tão assertiva. Por mais estranho que pareça tenho a impressão
que o amor é material. Sempre há doação, obstáculos, percas e ganhos.
Porém a inquietação não veio do amor maior é justo e muito digno que
todos queiram o amor. Um enorme, como todo amor precisa e merecer ser. O motivo
da inquietação foi essa busca desenfreada pelo Eldorado da vida o nosso ouro de
tolo de cada dia. O que me gerou a estranheza foram tantas pessoas querendo um
amor maior que seu próprio ser.
Quero um amor que me ame como eu me amo. Um amor que liberte e não
acorrente. Um amor que possa ser simples ou que simplesmente me complete ou me preencha
do vazio desse tempo liquido em que fluidos são encarados como jazidas de
encantamento.
Quero malhar por mim, viver, sonhar, esperar, lutar e sofrer se
necessário, mas sempre por mim. Quantos amores parecem ser tão grandes que
esquecemos que somos apenas parte da equação. Não adianta entronizar o outro se
a coroa não é tão bela. De que adianta ser o menor no cálculo da paixão. O amor
é sempre feito de dois. Assim, quero um amor que não seja maior que nada. Que
seja do exato tamanho que todo amor deve ser. O tamanho do instante.