domingo, 23 de setembro de 2012

Perda Total



E o que fizemos?
Foi sonho?
Pena que acordamos.
Com olhos marejados.
Sentindo o fel na boca
E pontadas no peito.
Pena que o caminho nos afastou
E o tempo foi sempre um adversário
Que nunca poderemos vencer.
E quer saber?
Doce enjoa,
O fel que transborda em meus lábios
Tem o sabor que nunca teríamos.
E mesmo assim sinto falta dos danos que você me causou.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Com...?


Sou um cafajeste.
Desses incorrigíveis.
Prometo a lua e um buquê.
Das vermelhas ou das brancas.
Prometo canções e poesias.
Não que precise de algo maior que palavras.
Nada do que diga ou faça,
Muda ou mudará o fato de que amanha não ligarei.
A lua esta lá.
Iluminando o céu.
A verdade é que sou cafajeste,
Não um bobo qualquer.
Ela não quer ligação.
Reconhecimento ou amor eterno.
Quer uma noite.
Quer ser eterna.
Dane-se.
Ela é uma atriz.
Todas adoram um cafajeste.
Puro sangue.
Legitimo.
Ela não lembra meu nome.
Fomos um casal?
Não, somos um instante!
Casais não têm isso.
Não que isso não seja relevante.
Sou dos amores de fogo.
Meu ascendente é escorpião.
Minha lua é em julho
Aprendi a paquerar ao som da Legião.

domingo, 16 de setembro de 2012

Didática

No amor aprender não é virtude.
É necessidade!
Você diz que é o fim.
Espera mesmo que essas palavras sejam verdadeiras.
Faz de tudo para sair do atoleiro.
E aos poucos percebe,
Entre soluços e afogamentos.
Estar com água até o pescoço.
E mais, com a boca seca.
Sua garganta aperta.
Seu peito rasga em pedaços tão pequenos,
Que precisaríamos de dias para colá-lo.
Sim. Eu preciso de ajuda.
Preciso lembrar que você.
Que seus olhos.
Seu riso.
Que tudo isso, não faz parte de mim.
Caminhar.
Como me agrada o caminho.
Mesmo que pela noite, sozinho.
Poder passar entre batucadas e cantigas
Por becos, em que,
Anônimos cicatrizam suas feridas.
Que uma parte acabou,
Existem outras.
E essas, continuam vivas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Contrição.


A porta estava fechada.
Era o lado de fora e fazia frio.
Queria voltar. Precisava voltar.
Ainda existia um resquício em mim.
Uma fagulha por se extinguir.
Uma troca de roupas.
Derradeiro carinho.
A roupa veio.
Pela janela.
Seus olhos cintilavam de uma cor púrpura que não sei distinguir.
Havia ódio.
Isso eu podia ver a quilômetros.
Podia ter enxergado tantas outras coisas.
Me arrependo de algumas.
Irrito-me com outras.
Devia ter olhado mais profundamente em mim.
Só assim poderia descobrir o que existia de nosso.
Com as roupas entre os braços, posso ver, não existia muita coisa.
Com alguma dificuldade percebo:
A falta ainda é vida.
A saudade ferida.
O adeus a metade da partida.
Falta um pouco.
Um copo, um trago e um imenso caminho. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Pato.


Grato como o pato

Mas por que o pato é grato?

Foi uma rima.

Sim,

Foi uma rima.

Mas por que o pato é grato?

Por não ser galinha!

E que mal fez a galinha?

Nada!

Isso é coisa de pato.

Não importa o pato,

Importa a rima.

A galinha também é grata.

Por que a galinha é grata?

Por não ser pata!

Assim é a vida,

Uma alameda florida

Salpicada de espinhos.

E não sabemos se somos pato

Ou galinha.

sábado, 1 de setembro de 2012

Amor maior.


Ontem estávamos no show do Jota Quest, um ótimo show e que não foi melancólico como alguns previram que seria. O ponto alto foi sem a menor dúvida ou engano Quero um amor maior, Amor maior que eu, todos levantaram as mãos como que em oração pedindo a deus que essa canção, a menos um dia, fosse uma verdade absoluta. Um silogismo puro sem qualquer possibilidade de engano ou erro.

Essa busca pelo amor maior me inquietou. Alguns podem dizer que foram as doses de vodka, juro que as duas coisas me deixaram inquietos. Como medir qual amor é maior ou menor? Como vasculhar dentro de sentimentos tão subjetivos uma verdade material tão assertiva. Por mais estranho que pareça tenho a impressão que o amor é material. Sempre há doação, obstáculos, percas e ganhos.

Porém a inquietação não veio do amor maior é justo e muito digno que todos queiram o amor. Um enorme, como todo amor precisa e merecer ser. O motivo da inquietação foi essa busca desenfreada pelo Eldorado da vida o nosso ouro de tolo de cada dia. O que me gerou a estranheza foram tantas pessoas querendo um amor maior que seu próprio ser.

Quero um amor que me ame como eu me amo. Um amor que liberte e não acorrente. Um amor que possa ser simples ou que simplesmente me complete ou me preencha do vazio desse tempo liquido em que fluidos são encarados como jazidas de encantamento.

Quero malhar por mim, viver, sonhar, esperar, lutar e sofrer se necessário, mas sempre por mim. Quantos amores parecem ser tão grandes que esquecemos que somos apenas parte da equação. Não adianta entronizar o outro se a coroa não é tão bela. De que adianta ser o menor no cálculo da paixão. O amor é sempre feito de dois. Assim, quero um amor que não seja maior que nada. Que seja do exato tamanho que todo amor deve ser. O tamanho do instante.